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”Lázaro não vai se render”, diz delegado que investiga chacina e estupro
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Há 11 dias procurado por matar quatro pessoas no Incra 9, Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, segue foragido. O delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), que cuida do inquérito desse e de outros casos do criminoso, Raphael Seixas, considera que Lázaro não deve se entregar, a não ser que esteja ferido. “Obviamente, ele está cercado, mas ele tem esse perfil de enfrentamento. Ele não vai se render. Só vai se entregar caso seja baleado”, disse. Em entrevista ao CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília —, o delegado afirmou que Lázaro sabe como se locomover e se esconder em meio à mata. Porém ele destacou que as forças de segurança estão empenhadas no caso.
À jornalista Darcianne Diogo, ontem, Raphael afirmou que, antes de assassinar a família Vidal, Lázaro cometeu vários outros crimes no Distrito Federal. Além disso, o delegado informou que Lázaro tem o costume se mudar a cada dois meses, para evitar ser pego, e se apresentar com nomes falsos. O último endereço do foragido, antes do crime de 9 de junho, foi registrado em Ceilândia. A atual companheira dele ajudava nas mudanças.
Confira os principais trechos da entrevista
Como a polícia teve conhecimento da ocorrência de 9 de junho no Incra 9? Como foi o trabalho desde o começo?
Fui acionado por volta das 4h e fui informado de que três homens tinham sido mortos e a senhora Cleonice tinha sido levada pelos autores — não sabíamos ainda quantos teriam praticado o crime. Imediatamente, acionamos a perícia. Em razão do possível sequestro da Cleonice, a DRS, que é nossa divisão especializada em repressão ao sequestro, foi acionada. A 24ª DP compareceu ao local com as equipes. Na identificação do Lázaro, que foi muito rápida, às 10h da manhã, eu já sabia quem tinha realizado o crime. Começaram as buscas. A gente começou a fazer pesquisas e verificamos o histórico de crimes em torno dele, inclusive em Ceilândia. Crimes patrimoniais com estupro. A Deam 2, nossa delegacia especializada em atendimento à mulher, também fez um ótimo trabalho o identificando (Lázaro) em uma outra ocorrência, de 26 de abril, em que ele ingressou em uma residência, roubou, levou uma senhora e permaneceu por um longo tempo a estuprando.
Quem é Lázaro? Quais são os rastros que ele deixou aqui no Distrito Federal?
Já no dia do crime (9 de junho), fui para a delegacia e começamos a fazer buscas para tentar prendê-lo ainda em Ceilândia e fui em várias residências em que ele morou, inclusive na que era a atual. Lá conseguimos apreender munições de arma de fogo. A casa já estava vazia. Mas verifiquei que ele, de dois em dois meses, trocava de residência. Sempre próximas umas às outras. Quem fazia a mudança dele era a atual companheira. Ele não fixava residência justamente porque estava com mandado de prisão em aberto. Ele se apresentava com outro nome. Teve vida no DF e na região de Águas Lindas e Cocalzinho. Então, domina essa região. Desenvolveu técnicas de sobrevivência no mato. Entrevistei parentes dele e me disseram que ele, quando está foragido, passa o dia no mato e de noite vai ver a esposa e a filha. Quando ele praticava um crime de maior relevância, permanecia o tempo que fosse no mato.
Por ele estar dentro do mato, a dificuldade em capturá-lo é maior?
Não vou poder entrar no mérito dessa questão, porque as buscas estão sendo conduzidas pelas forças de Goiás, embora nós estejamos participando. O que posso afirmar é sobre os dois primeiros dias de buscas em Goiás dos quais participei. Ele tem técnicas, ele é habilidoso para permanecer no mato quanto tempo for. A dificuldade, falando da parte que eu conduzi, é extrema. O terreno ele conhece muito bem. Um cunhado dele me falou: “ele se esconde no mato, vê policial passando do lado dele, vê tudo e vocês não conseguem pegá-lo”. Mas eu acredito no sucesso das operações, porque todos os policiais estão muito empenhados.
Como o senhor avalia o perfil de Lázaro?
Além dos crimes comentados, logo depois do crime da família Vidal, ele cometeu mais quatro crimes na área da 24ª DP. Ele amarra as vítimas, subjuga as vítimas, é um indivíduo extremamente violento e forte. Ele tem habilidades e é destemido. A impressão que eu tenho é de que ele desafia a polícia. Obviamente que ele está cercado, mas ele tem esse perfil de enfrentamento. Ele não vai se render. Só vai se entregar caso seja baleado. Mas, fisicamente perfeito, acredito que ele não se entregue.
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